sexta-feira, 30 de outubro de 2009

O meu tudo ainda é pouco

Quero um lugar escuro pra apresentar ao Sol, quero a claridade do verão para buscar a Lua, quero a força das asas de um pássaro para ir a lugar nenhum, buscar um destino que sobreviva apenas do hoje!

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Só por ontem e amanhã

Não queria que este hoje tivesse existido.
Angústia.Conhecido.Medo.Desconhecido.Sumiço.Hoje.Hum...
Amanhã.

Meu mundo magnético

Vivo fugindo do que me aborrece, ou melhor, de quem me aborrece, mas o meu imã não permite que eles se afastem de mim!

Um pouco de Clarice...

"Não se preocupe em 'entender'. Viver ultrapassa qualquer entendimento"

Na hora de dormir

O sono resolve dar uma passeadinha no sol e deixar o meu despertar fazendo companhia para o travesseiro.

Minha metáfora

Não quero caminhos comuns. Quero que a minha metáfora seja uma nascente da parte mais poética do meu cérebro.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

A doce dor de ser



Desde criança sonho com um amor verdadeiro, daquele que não se conquista, que não se compra, mas aquele que apenas nasce, ou melhor, é inato. Talvez, eu seja uma adepta moderna, do romantismo.

Quando me tornei adulta, queria muito conhecer o amor dos meus sonhos de menina, aquele sem pretensão, sem desejo, sem platonismo, ao menos era assim que eu imaginava ainda quando criança, que este tipo de amor era composto. Mas, eu descobri que brincar de amar era infinitamente mais fácil, que amar de verdade.

Há alguns anos, eu encontrei este amor. Nosso encontro foi marcado por uma palavra: POSITIVO! Uma explosão de sentimentos tomou conta de mim, e foi então que surgiu a dúvida: E a dor?

Não a dor de ter... esta meu corpo desconheceu, mas a doce dor de ser, que naquele encontro a minha alma desconhecia, e desde o primeiro momento a semente do amor e da dor foram semeadas lado a lado, a última, sempre beliscando a minha alma, para não ser esquecida.

A partir do nosso primeiro encontro, deixei de ser eu para ser ele, pra sentí-lo, pra amá-lo! Meu corpo passou a delinear formas circulares, mas eu não me importava...

A emoção de tê-lo pela primeira vez foi indescritível, calava-me, somente as lágrimas que rolavam pelo meu rosto é que tinham o poder da fala.

O tempo trouxe a culpa, que carrega a dúvida, que traz questionamentos, que faz sofrer, que faz amar, que faz esquecer, esquecer quantos anos eu tenho e tornar-me igual a ele, jogar-me no chão, pular, correr, rir... Rir das palavras ingênuas, da ingenuidade inteligente, às vezes precoce... E então eu me pego a observá-lo como o ser mais perfeito deste mundo, mas neste instante, o pensamento insiste em trazer de volta a dor de ser, de não saber o que ele, talvez, precise que eu saiba, de não fazer o que ele, acaso, precise que eu faça, de não dizer o que ele, porventura, precise que eu diga, ou simplesmente, de não saber ser o que ele precisa que eu seja.

É tão complexo! Mas às vezes me pergunto: Será que eu é que me torno uma complexada com tanta culpa que não sei de onde tiro, porque ninguém ainda a colocou em mim... Uma culpa que ainda não saberei se terei, respostas que só virão quando o tempo tornar a vida uma artista, para que esta pinte em meu rosto os traços da experiência.

Era tudo tão fácil quando era de brincadeira: comida, roupa, remédio, mas o tempo não fazia parte da brincadeira, o meu brinquedo ficaria estático, o tempo só passaria pra mim! Se eu fosse apegada às coisas antigas, meu brinquedo ainda estaria aqui comigo, exatamente como era, mas com ele é diferente, tudo é real, o mundo não é mais o da imaginação, o remédio não é mais uma bala...

Ai Meu Deus! Quando ele adoece,
Um pedaço da minha alma falece,
É uma dor que contamina,
E que só reanima
Quando o sorriso volta ao rosto dele.

Quando o "eu te amo" mais sincero e mais sem pretensão, cria a mais bela e sonora harmonia musical. Neste momento toda culpa desaparece, tudo passa a valer a pena, eu penso que não há dúvidas de que faço tudo certo, afinal... não se ama de verdade quem não é... apesar deste amor ser inato, e então:

Eu acredito que sei ser,
E não importa que não tive a dor de ter,
Mas a doce dor de ser
Ensina-me a aprender
E a buscar meios pra dizer, saber, fazer e ser.

Não sou como Maria, Joana ou Tereza, mas talvez elas também sejam como eu...
Eu? Eu sou Claudia, mãe, culpada, apaixonada, e ansiosa para que o tempo mude o tom dos meus cabelos e me responda o que a doce dor de ser me ensinou a ensinar aos meus filhos.

(Claudia Jordão - 29/09/2009)